sábado, 18 de dezembro de 2021

A história de Braga contada pelos calendários de bolso (XV) e outros colecionáveis (II)

    Malas Ferreira


    Inspirado pelo belo artigo que o meu amigo Sr. Fernando Mendes, prestigioso associado da Braga +, há tempos publicou no jornal Diário do Minho, sobre a "Indústria das malas Ferreira", venho eu também contribuir um pouco para realçar a notoriedade desta que foi uma muito conceituada e prestigiada casa bracarense.

    Retira-se que, de forma muito resumida, a "Malas Ferreira", por iniciativa de Francisco José Ferreira, terá começado a sua atividade fabril em 1929, na Rua Júlio Lima, posteriormente na Rua do Souto em 1939 e em 1952 instalando na Rua da Infantaria 8, uma unidade fabril de dimensão considerável permitiu-lhe alcançar uma posição muito importante no sector. Desta fábrica, considero eu, a generalidade dos bracarenses terão ainda essa recordação - em simultâneo com a loja que manteve na Rua do Souto.

    A "Malas Ferreira" terá sido a fábrica pioneira que mais impulsionou o sector na cidade de Braga, mas que infelizmente, com as alterações do mercado e forte concorrência, acabou, também ela, por  não resistir. 

    Curiosos são alguns dos testemunhos que no Facebook e no grupo "Memórias de Braga - Roteiro histórico e monumental" se encontram, sejam de familiares, trabalhadores ou de outras pessoas que lidaram e conheceram esta conceituada fábrica bracarense, que realçam ajudando, desta forma, a que a memória não se apague.

    Não pretendo pois repetir o muito, que ainda é pouco seguramente, que por eles foi dito, mas o meu contributo é apenas de deixar aqui mais um calendário (recordo-me de concursos na TV, nos anos 70/80 em que um dos produtos que os concorrentes podiam ganhar era precisamente uma "mala Deldy, oferta das Malas Ferreira de Braga" ) que promovia talvez o seu produto mais conhecido. 

    Infelizmente nunca consegui apanhar nenhum dos belos, criativos e originais calendários editados para o ano de 1959, dos quais, o Sr. Renato Córdoba apresentou a imagem de um exemplar, naquele grupo facebookiano. 

        Para além deste pobre calendário, deixo a seguir a imagem de um alfinete da casa.

     



    Julgo ainda que o pin, a seguir apresentado, também diz respeito à "Malas Ferreira" e será eventualmente possível presumir até que poderia ser este o símbolo que constaria das malas produzidas - mas talvez algum leitor possa confirmar, ou não, tal situação:



domingo, 12 de dezembro de 2021

A história de Braga contada pelos calendários de bolso (XIV) e outros colecionáveis (I)

O Bolo-rei  


 Com a aproximação do Natal surgem algumas recordações daquilo que eram algumas das tradições desta quadra.

    Uma delas tinha a ver com o Bolo-Rei e nomeadamente com a fava ou com o brinde, os quais eram colocados pelo respetivo pasteleiro, normalmente, por baixo de uma fruta mais apetecível do respetivo bolo.

    Rezava a tradição que, a quem saísse a fava, deveria pagar o bolo da festa seguinte (se saísse no Natal, pagaria o Bolo-rei do Ano Novo e se saísse no Ano Novo, pagaria para os Reis). A realidade é que isso era apenas treta, mas que era conversa repetida, era ...!

    Mas o que me traz aqui hoje é, principalmente, o brinde, o qual, na maior parte das vezes era um "pin" da própria pastelaria que produzia o bolo, tipo assinatura.

   Não sei há quanto tempo o brinde deixou de fazer parte do bolo-rei. Por uma questão de segurança alimentar, o brinde, normalmente apenas embrulhado em um pequeno papel vegetal, deixou mesmo de fazer parte da normalidade natalícia. Dizem que não foi proibido, apenas que deveria ser apresentado de outra maneira, mais segura. 

    Por isso, de entre os calendários disponíveis, trago aqui alguns relativos a padarias e pastelarias da cidade de Braga, algumas ainda existentes, outras não, que comercializavam o bolo-rei:

    

 


    Quanto aos pin's, a amostra é mais curiosa, desde logo recordando a "Benamor" e a "Riviera" (com uma grande variedade), para além da também já extinta "Regina Doce", entre outras:
















domingo, 16 de maio de 2021

Braga em cromos - II - Maravilhas de Portugal

Na sequência da emissão anterior, trago aqui hoje a bela coleção de cromos "Maravilhas de Portugal", editada em 1963, pela editorial IBIS e que nos dá uma ligeira "pincelada" dos pontos mais interessantes de natureza monumental, em Portugal.


Sobre Braga, o primeiro cromo debruça-se sobre o Sameiro. Aquilo que surpreende nesta imagem é ausência de imagens nos pedestais na entrada do recinto. 


O segundo cromo é sobre o Bom Jesus, numa imagem já típica desta estância: 


O terceiro cromo é da Sé de Braga, outro ex-libris da cidade de Braga.


Finalmente, surge a igreja de Santa Maria Madalena, no limite da fronteira entre Braga e Guimarães, com a sua escadaria voltada para a cidade de Braga e que, juntamente com o Bom Jesus e o Sameiro, integra o que já foi designado o"Triângulo Turístico de Braga".


Numa coleção de 260 cromos e onde Lisboa tem uma absoluta predominância, poderia ter havido espaço para incluir algo mais da cidade de Braga. No entanto, aceita-se o critério, atendendo ao facto de se tratar de uma coleção de cromos que obviamente não pode ter um número exagerado de cromos e que naturalmente teve de integrar parte de um vasto património também existente por esse país fora... 

As referências junto de cada imagem pretendem dar uma visão geral do monumento, sobre os quais haveria muito mais a dizer. Mas no geral, satisfazem a função...

Uma coleção de consulta, muito agradável...

terça-feira, 11 de maio de 2021

Braga em cromos - I


Há uns bons anos atrás, coleccionar cromos constituía, para muitos, um dos seus hobbies.

A colecionar cromos aprende-se muita coisa. Já há quem tenha confessado que o interesse em viajar e conhecer o mundo, tenha despertado precisamente pelos cromos que coleccionava e que lhe permitiam "viajar" por esse mundo fora, observando, por exemplo, as bandeiras, os trajes, as paisagens, os monumentos, as raças e costumes dos vários países.

Assim começarei hoje uma nova seção, onde irei apresentar aqui, também alguns cromos onde a cidade de Braga é referida ou retratada.

Como estamos no ano da comemoração oficial dos 100 anos do SCB - Sporting Clube de Braga e é um tema em voga,  resolvi começar por apresentar algumas coleções de cromos onde a instituição SCBraga se encontra representada:

Começo por uma bela coleção de cromos relativa à época de 1963-1964 em que apresenta os clubes da 1.ª e 2.ª Divisão.  Nessa época, o SCB encontrava-se na 2.ª Divisão, depois de ter descido da então 1.ª Divisão na época 1960/61 (até então, havia estado na 1.ª Divisão durante 13 temporadas: desde 1947/48 até 1955/56 - 9 temporadas e desde 1957/58 até 1960/61 - 4 temporadas).

Aponta-se desde já, alguma falta de rigor quando refere que "disputa, desde 1959, a divisão secundária" o que não corresponde à verdade.






Numa outra coleção relativa à época 1972/73, onde, mais uma vez o SC Braga, militava na 2.ª Divisão (desta vez havia descido na época de 1969/70, após um ciclo de 6 épocas seguidas na 1.ª Divisão).
Nesta colecção são apresentados os emblemas dos clubes que disputavam as 1.ª, 2.ª e 3.ª Divisão Nacional de Futebol e referenciadas as principais conquistas. De referir que aponta para 6.300 o número de associados.e no seu palmarés já consta a brilhante conquista da Taça de Portugal em 1966.




 Finalmente, importa recordar (por caricaturas) aquela que foi a primeira equipa que disputou o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, pela primeira vez, após nova subida verificada na época 1974/1975, porque, desde então, felizmente, não mais se viu o Sporting Clube de Braga a disputar os escalões inferiores.